terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Curso de Férias

Uma promoção da Alysson Amâncio Companhia de dança contemporânea e Academia RL Núcleo de Juazeiro do Norte- Ce. É sempre bom partilhar o que de novo há no mundo da dança, inovar, faze cursos, a dança não é um aprendizado estático, dançar é dinâmica e troca de idéias também.

Vejo você por lá!

domingo, 2 de novembro de 2008

Trajetórias da Dança



(Foto: quando ingressei no mundo da dança enquanto manifestação artística)


Dançar é definido como uma manifestação instintiva do ser humano. Antes de polir a pedra e construir abrigos, os homens já se movimentavam ritmicamente para se aquecer e comunicar.

Considerado a mais antiga das artes, a dança é também a única que dispensa materiais e ferramentas. Ela só depende do corpo e da vitalidade humana para cumprir sua função enquanto instrumento de afirmação dos sentimentos e experiências subjetivas do homem.

Segundo certas correntes da antropologia, as primeiras danças humanas eram individuais e se relacionavam à conquista amorosa. As danças coletivas também aparecem na origem da civilização e sua função associava-se à adoração das forças superiores ou dos espíritos para obter êxito em expedições guerreiras ou de caça ou ainda para solicitar bom tempo e chuva.

O desenvolvimento da sensibilidade artística determinou a configuração da dança como manifestação estética. No antigo Egito, 20 séculos antes da era cristã, já se realizavam as chamadas danças astroteológicas em homenagem ao deus Osíris. O caráter religioso foi comum às danças clássicas dos povos asiáticos.

Na Grécia clássica, a dança era freqüentemente vinculada aos jogos, em especial aos olímpicos.

Com o Renascimento, a dança teatral, virtualmente extinta em séculos anteriores, reapareceu com força nos cenários cortesãos e palacianos. Uma das danças cortesãs de execução mais complexa foi o minueto, depois foi a valsa, considerada dança cortesã por excelência, e com ela se iniciou a passagem da dança em grupo ao baile de pares.

A configuração de um gênero de dança circunscrito ao âmbito teatral determinou o estabelecimento de uma disciplina artística que, em primeira instância, ocasionou o desenvolvimento do ballét e, mais tarde, criou um universo dentro do qual se desenvolveram gêneros como os executados no music – hall, como o sapateado e o swing. A divulgação da dança se deu também fora do mundo do espetáculo, principalmente nas tradições populares.

Dança, em sentido geral, é a arte de mover o corpo segundo uma certa relação entre tempo e espaço, estabelecida graças a um ritmo e a uma composição coreográfica.

(Texto: Profª Eleonôra N. O. Cavalcanti – Professora do Departamento de Educação Física da Universidade Regional do Cariri – URCA – disciplina: Dança e Atividades Rítmicas Expressivas)


domingo, 26 de outubro de 2008

Um Pequeno Histórico da Dança



Pode-se dizer que desde sempre a humanidade dança. Há registros em pinturas pré-históricas que indicam que talvez antes mesmo de poder falar já dançávamos. Nossos ancestrais dançavam pelas mais diversas motivações: invocar as forças da natureza para ajudá-los na caça, na preparação para a guerra, para fertilizar a terra, entre inúmeras outras, ou simplesmente pelo puro prazer de se movimentar.


(Pintura em vaso antigo grego)


Na Grécia Antiga, algumas mulheres dançavam até entrar em transe para poder ver a sua deusa-mãe. Na Índia, Shiva, um dos deuses mais importantes da mitologia, é um deus dançante. Na Idade Média, na Europa dançava-se nas ruas e, mais tarde, a dança era adotada pela nobreza para ganhar os palcos. No Brasil, a dança também esteve sempre presente, desde os rituais indígenas até as manifestações culturais vindas da Europa, passando pelas tradições das mais diferentes etnias africanas. Na atualidade, a maior festa nacional, o carnaval, é dançada de muitas maneiras diferentes: nas ruas, nos salões, na praia; o samba, o frevo, o afoxé etc.


A dança não requer materiais específicos, lugares requintados: para se dançar só é preciso o próprio corpo e um ritmo (que pode ser imprimido pelo próprio dançarino). Por isso, talvez, seja uma das formas de expressão (de Arte) mais populares que existe. Obviamente há uma diferença entre a dança que é apresentada nos teatros e aquela dançada nas festas, nas praças, nas ruas etc., da mesma forma como podemos diferenciar o futebol jogado nos estádios do futebol que se joga nas ruas ou campinhos. Entretanto, é possível encontrar aqueles (e mais ainda, aquelas) que nunca jogaram futebol, mas é difícil achar alguém que nunca tenha dançado pelo menos uma vez na vida.


(Foto do espetáculo 'So tinha de ser com você' Quasar Cia. de Dança Contemporânea)


No Brasil, inúmeras formas de dança se desenvolveram e ainda se desenvolvem por todo o país. Nossa pluriculturalidade, nossa facilidade em absorver influências e imprimir nossa marca, faz com que se tenha uma diversidade muito grande de danças. “...tivemos influências tão diversas quanto o clima, os imigrantes que nos colonizaram, os africanos de diferentes etnias que para cá vieram como escravos, os meios de subsistência da população, seu desenvolvimento social e cultural...” (FARO, A. J. Pequena história da dança).


Quais são as ocasiões em que se dança? Para começo de conversa, cada estado, região ou lugar brasileiros têm suas festas e danças. Alguns exemplos: Moçambique, maculelê, maracatu, reisados, folias, cheganças, bumba-meu-boi, forrós, baião, xote, xaxado, samba, cateretê, balaio, pezinho, congada, pastoris, quadrilha... Danças do Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul.



Cada uma dessas manifestações tem uma história, uma razão de ser, um pedacinho da história do Brasil, que foi contada, recontada, recortada, ampliada. Têm características também das danças populares de vários lugares do mundo: a presença de traços da religiosidade, do paganismo, as simbologias que evocam a luta do bem contra o mal; são marcadas também pelo tipo de colonização e pelo ambiente em que se desenvolveram: área de pesca, da agricultura, da mineração, pastoreio e floresta amazônica.

As regiões metropolitanas, os centros urbanos, têm também suas tradições: bailes funk, bailes, forrós e lambadas, escolas de samba, gafieiras, domingueiras, mingaus de clubes, “discos”, carnaval de rua e pagodes.

As danças, nesses lugares, têm características diferentes das danças regionais, mas, também como elas, foram criadas por grupos culturais, identificam esses grupos, e estão repletas de significado social. Há também a dança que é apresentada por grupos profissionais, ao vivo, em teatros, ou por meio da televisão. Esses grupos são, como outros produtores de Arte, compostos por pessoas que estudam as técnicas, desenvolvem-nas, criam e recriam linguagens, compõem e resignificam coreografias. Alguns dos grupos de dança profissionais partem de danças étnicas, tradicionais e/ou da cultura popular e dão a elas novos significados, novas interpretações. Qualquer pessoa que queira conhecer o significado da dança como uma forma de expressão de idéias e emoções, ou para entrar em contato com a Arte em uma das suas formas mais universais e belas, deve procurar conhecer o trabalho destes grupos.

(Foto: Frevo em Pernambuco)

(Texto: 'Um Pequeno Histórico' de Eleonora N. O. Cavalcanti, professora do Departamento de Educação Física da Universidade Regional do Cariri - URCA. Artigo para a disciplina de 'Dança e Atividade Ritmicas Expressivas)